segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Mercedes - Corrientes

Ao sul da Reserva Esteros Del Iberá fica a cidade de Mercedes. Com pouco mais de trinta e cinco mil habitantes é uma cidade antiga que guarda marcas de uma bela época vivida mas hoje de semblante econômico um tanto quanto depressivo. Além da boa fase econômica do país no caso desta região a pecuária sustentou bons momentos que ficam evidenciados através de seus casarões infelizmente em péssima conservação mas que onde até hoje guardam respeitados e ricos detalhes arquitetônicos espalhados por toda cidade e que acabam surpreendendo a quem chega na cidade. Praticamente no coração da principal região pecuarista do país a Mercedes também foi o local onde morreu aos quarenta e sete anos de idade o Ex-Presidente da República (Brasil) Sr. João Goulart conhecido como Jango que por alguns anos encontrava-se exilado em sua estância nos arredores da cidade intercalando com outra propriedade no Uruguai.
Também é conhecida como a cidade mais gaucha do país. Mas nosso objetivo nesse dia não era ficar aqui e sim seguir rumo ao norte novamente mas com a idéia de chegar até o braço sul da reserva Iberá. Essa região é conhecida pelos brasileiros como o pantanal argentino, pois trata-se de uma grande área alagadiça qual abriga a maior reserva de animais como jacarés, capivaras, sucuris e entre a flora é o habitat preferido do jacinto de água. Retornando pelo mesmo caminho até Mercedes tomamos novo rumo desta vez até a fronteira com o Brasil na cidade de Paso de Los Libres divisa com Uruguaiana no Rio Grande do Sul. Durante o dia cruzamos a fronteira para conhecer um castelo no centro de Uruguaina onde por alguns dias ficou hospedado o imperador DOM PEDRO II em 1865 qual reinou de 1831-1889. Logo a noite regressamos à Paso de Los Libres onde pernoitamos.
Após descer as malas no hotel resolvemos fazer uma caminhada pela avenida comercial que como todas as cidades argentinas possui vida noturna agitada muito mais que Uruguaiana por exemplo que é uma cidade três vezes maior. Paso consegue ter um comercio mais forte que Puerto Iguazu ARG fonteira com Foz do Iguaçu/PR por exemplo que conta hoje com mais de 82.000 habitantes. Sendo assim no outro dia finalizamos o passeio com retorno a Foz do Iguaçu.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Riachuelo - Corrientes

A pouco mais de 10 km seguindo pela saída sul da cidade de Corrientes está localizado o município de Riachuelo praticamente na região metropolitana da capital. De nome bem conhecido até mesmo no Brasil seja através da rede de lojas de confecções ou mesmo literaturas esta pequena cidade foi palco de um grande conflito ocorrido a pouco mais de cento e quarenta anos atrás timidamente guarda muita história pra contar. Quem nunca ouviu falar na Batalha Naval de Riachuelo? Pois é, essa batalha foi um dos maiores triunfos da História das Forças Aramadas do Brasil e sua deflagração tem a ver com a Guerra do Paraguai onde o Brasil juntava forças com a Argentina e o Uruguai resultando num conflito ocorrido entre 1864 e 1870 e foi resultado de uma série de disputas políticas envolvendo as nações que trafegavam na região do rio da Prata.
O início da guerra só tomou forma mediante o ambicioso projeto expansionista do governo paraguaio. Acontecido aqui às margens do Rio Riachuelo foi considerado de suma importância para a vitória da Tríplice Aliança (Brasil, Uruguai e Argentina) frente às forças paraguaias. Na época, os navios da força brasileira não tinham instalações apropriadas para a navegação fluvial, o que ameaçava a perda de uma embarcação devido o encalhamento. Além disso, as embarcações eram feitas todas em madeira o que oferecia grande risco frente a qualquer artilharia terrestre. Durante os preparativos para a Batalha coube ao futuro marquês de Tamandaré a tarefa de comandar o poderio bélico-naval brasileiro. De acordo com a estratégia estabelecida, as embarcações do Brasil iriam realizar o bloqueio dos rios Paraguai e Paraná.
As forças navais foram divididas em três grupos, um primeiro fazendo a retaguarda no Rio da Prata, e os outros dois diretamente responsáveis pelo bloqueio. Enquanto isso, as tropas paraguaias avançavam territorialmente pela margem esquerda do Rio Paraná. Para enfraquecer estrategicamente os militares paraguaios, uma embarcação comandada por Francisco Manoel Barroso da Silva empreendeu uma batalha na cidade de Corrientes. O sucesso dos combatentes brasileiros nessa missão impediria eficazmente a ocupação paraguaia à região sul do Brasil. A importância estratégica dessa localidade fez com que as forças navais brasileiras montassem em Corrientes seu principal ponto de operações. O plano de reação contra a Tríplice Aliança seria deflagrado na noite de
10 para 11 de junho de 1865. De acordo com o plano paraguaio as forças navais deveriam fazer um ataque surpresa capaz de surpreender as embarcações brasileiras próximas a Corrientes, que seriam posteriormente rebocadas para Humaitá. Os conflitos começaram na manhã do dia 11 de junho, com ligeira vantagem das forças paraguaias. As forças brasileiras perseguiram os paraguaios até a foz do Riachuelo, onde seriam realizados os confrontos. Desconhecendo os planos da força naval paraguaia, o militar Francisco Manoel dirigiu Fragata Amazonas com o objetivo de interceptar os paraguaios. O avanço das tropas brasileiras acabou custando o encalhe de duas embarcações atingidas pelo fogo inimigo. O equívoco de Francisco Manoel foi corrigido a tempo de reordenar as embarcações sob o seu comando. A Fragata Amazonas guiou as demais embarcações contra os navios
e a artilharia de margem do Paraguai. Essa primeira parte do conflito se encerrou após doze horas ininterruptas de combate. Os navios brasileiros recuaram para posteriormente retornarem ao palco de guerra com seis embarcações. A segunda parte do conflito foi completamente dominada pelos brasileiros, que conseguiram anular o poder de combate dos navios paraguaios e colocar quatro outros navios inimigos em fuga. No fim do dia, as tropas paraguaias foram vencidas e o bloqueio naval dos aliados estava garantido. Por isso o local é batizado como um marco histórico. Tentamos chegar até o ponto onde exatamente ocorreu conflito mas não conseguimos. Justamente por hoje ser uma propriedade particular servida de um pórtico de entrada como barreira sendo então mais um lugar de acesso restrito. Trocando por miúdos o lugar é uma bela fazenda, de propriedade de um espanhol bem sucedido. Se voce tiver curiosidade conferira a região pelo google maps onde vai ser possível ver a pista de pouso particular localizada bem as margens do rio. Sendo assim seguimos viagem até a cidade de Mercedes localizada no centro geográfico da província de Corrientes.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Ituzaingó - Corrientes

Hoje era dia de conhecer a Represa de Yacyretá no município de Ituzaingó a pouco mais de 80 km de Posadas qual já faz parte da província de Corrientes. A represa de Yacyretá a exemplo da Itaipu Binacional é uma usina hidrelétrica construída no rio Paraná mas aqui entre a Argentina e o Paraguai. Fica localizada na região onde ocorre a fusão da terra vermelha com a cinza arenosa. A aproximadamente uma hora e vinte de Posadas chegamos até a entrada da represa onde o atendente na barreira nos informou que os ingressos para o passeio dentro da usina erma vendidos no centro da cidade acerca de 20km do local onde não era possível ingressar com veículo particular e de forma independente. Na compra do ingresso você acessa a usina com uma turma de visitantes e acompanhado do guia local com horário programados. Anexo à barreira funciona
um pequeno complexo de controle aduaneiro argentino justamente por se tratar de um canal de acesso ao país vizinho. Por esse motivo acabamos deixando a visita de lado e fomos até o centro de Ituzaingó, pois já estava na hora do almoço e tínhamos mais uma missão, a de encontrar uma exposição referente a história Guaraní na praça central que deveria estar acontecendo nesses dias. Ituzaingó ha muitos anos é ponto de encontro de pescadores de toda região inclusive de muitos brasileiros por se localizar nas proximidades de famosa cidade de Ayolas no Paraguai também conhecida como ótimo local para pescarias. Às margens do rio existe uma praia com areia branca, muito bonita por sinal onde os pescadores partem com suas embarcações e argentinos da região durante o verão enchem o local com guarda sol como praia mesmo sendo um dos motivos da região ser chamada de Litoral. E para quem quer acampar por qui existe ao lado um Camping servido por uma ótima estrutura com local limpo e arejado. A exemplo de outras cidade onde existem usinas hidrelétricas instaladas, Ituzaingó também tem a vila exclusiva de trabalhadores da usina com urbanização e arquitetura padrão e relativamente bem cuidada. Quanto a refeição almoçamos numa agradável praça ao lado do Hotel Manantiáles com uma bonita vista pro rio Paraná. Após dar uma pequena "descansada" seguimos viagem até Corrientes.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Posadas - Missiones

Saímos de Foz eram aproximadamente 13h30. Nesse primeiro dia dormimos em Posadas. Por ser um curto trecho (315 Km) conseguimos fazer em aproximadamente quatro horas e meia de viagem, e mesmo com a parada para visitar as Ruínas em San Ignácio foi possível chegar ainda com por do sol na capital. Mas a dificuldade em encontrar um hotel razoável foi tamanha que dos cinco hotéis encontrados tivemos a árdua missão de escolher o menos pior. Optamos meio "guela" baixo por um localizado na praça central praticamente próximo a tudo. Pra se encontrar um hotel novo na Argentina é muito difícil. Depois da viagem descobrimos que um local indicado para ficar seria na saída pra Corrientes próximo ao aeroporto mas aí já era tarde. Depois de acomodar o carro no estacionamento e guardar as malas do dia no Hotel City saímos em busca de um restaurante. Quanto a esse detalhe podemos dar duas dicas. Nessa mesma praça central recém revitalizada, bonita chamada 9 de Julio tem um bom restaurante que acabamos deixando de conhecer pela ânsia de ir até as margens do Rio Paraná na Avenida Costanera onde também encontram-se alguns bons restaurantes. Chegando na Avenida optamos pelo restaurante “Ruedita” servido de menu com várias opções de pescados e principalmente de uma linda vista do rio e da vizinha cidade de Encarnación no Paraguai. A questão do transito em Posadas é um dos problemas sendo bastante intenso, agitado e bagunçado com exceção do horário do descanso depois da sexta hora trabalhada do dia, onde da uma boa acalmada em toda malha urbana da cidade. Nessa corrida do hotel que ficamos até o restaurante Ruedita resolvemos ir de taxi. O percurso foi de aproximadamente 2km e
onde gastamos míseros P$ 16,00 o equivalente a R$ 5,60. Como em todo país andar de táxi em Posadas é barato e a melhor alternativa pra fugir do estresse do transito caótico. Capital da terra colorada Posadas passa a imagem de ser uma cidade suja e abandonada principalmente pra quem chega pela primeira vez e que acaba não se deslocando até o micro centro ou mesmo as margens da Avenida Costanera. Se voce necessitar do serviço de algum supermercado vale a pena conhecer o Hiper Libertá, um grande e completo hipermercado que fica na saída pra Corrientes. Outro detalhe que chama atenção mas pode passar despercebido é o retorno da expansão imobiliária no país principalmente no caso de edifícios altos residenciais ou mesmo comerciais. Nas proximidades da Aduana para Encarnacion da pra ver vários edifícios em fase de construção. No mais não temos muito o que falar sobre a cidade. Aqui também fica a antiga estação ferroviária de Posadas onde antigamente era possível ir de trem até Buenos Aires e demais capitais do país. Assim no outro dia pela manhã seguimos viagem até a Represa de Yaciretá em Ituzaingó na província de Corrientes.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Ruínas Jesuíticas de San Ignácio - Missiones

Aproximadamente a uns 35 km antes de chegar em Posadas, sentido Iguazu-Posadas a direita da rodovia fica o acesso para as Ruínas de San Ignacio Mini onde finalmente entramos para conhecer. São vestígios arquitetônicos marcantes de um estilo conhecido como Barroco Guaraní e considerado o mais espetacular exemplo das 30 missões construídas pelos jesuítas num território que abrange a Argentina, Brasil e o Paraguai. Nesse complexo das ruínas existe um Museu jesuítico muito interessante. Dessa forma em meados dos anos 80 o local passa a ser mais um atrativo turístico tombado como patrimônio da humanidade pela UNESCO. A entrada custa P$ 50,00 por pessoa e inclui o acompanhamento de guias por todo complexo. Se você pensa em fazer alguma refeição por aqui esqueça. A estrutura gastronômica do local é precária. Se quiser almoçar bem terá que ir até o centro de Posadas, em plena praça central da cidade existe um ótimo restaurante e
às margens da Avenida Costanera também tem vários outros. Fora esses locais se encontrar algo descente me avise porque não encontramos nada. Não só a gastronomia carece como também a estrutura viária, você seguindo no caminho as ruínas se pergunta várias vezes se está indo pro local desejado justamente porque a via não possui comunicação visual adequada bem como estacionamentos quando você chega ao museu. O governo local talvez não enxergue o lugar como um importante potencial turístico. A sensação que dá também
é de que o próprio vilarejo de San Inácio está em ruínas. No mais é um importante local a ser visitado e podemos dizer que vale a pena um rápida parada se estiver de passagem por Posadas. Para mais informações da história das Ruínas Jesuíticas acesse : http://es.wikipedia.org/wiki/San_Ignacio_Miní .

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Roteiro realizado em 18/10/2012

Resolvemos fazer um pequeno passeio contemplado pelo roteiro ao lado. Na primeira noite ficamos na cidade de Posadas. Exploramos os pontos turísticos mais importantes da região como as Ruínas Jesuíticas de San Ignácio. Mas a grande surpresa foi a revitalização da Avenida Costanera de Posadas. Um show de urbanização e valorização da margem do rio Paraná. Se passar por Posadas vale e pena você ir até ela. Logo mais contaremos mais detalhes em companhia das fotos tiradas. No segundo dia saímos de Posadas com destino a cidade de Ituzaingó e a represa de Yaciretá localizada na divisa com o Paraguai. Nesse dia lanchamos em Ituzaingó e seguimos para Corrientes. Depois de conhecer mais a fundo a cidade seguimos a cidade de Riachuelo localizada a aproximadamente 10 km de Corrientes. Logo mais também vamos falar um pouco da história da Batalha Naval de Riachuelo. Seguindo a viagem já estávamos nos arredores da reserva nacional Esteros del Iberá, considerada a maior reserva de animais como jacarés, capivaras, flamingos e sucuri da América do Sul. É o pantanal argentino só perdendo em dimensão para o pantanal brasileiro. Almoçamos no município de Mercedes, considerada a cidade mais gaucha da argentina, tanto que na entrada da cidade tem a escultura de um gaucho. Nesse dia seguimos viagem até a divisa com o Brasil mais precisamente a cidade de Paso de Los Libres e Uruguaina no Rio Grande do Sul. No último dia (domingo) saimos de Paso de Los Libres e almoçamos na segunda maior cidade da província de Missiones, conhecida pela terra colorada Oberá é cidade mais importante do estado fora Posadas. E finalmente finalizando de volta a Foz do Iguaçu.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Fique atento!

Se seu destino for à região da Cordilhera do Andes fique atento para mais algumas dicas. Em consideração ao Paso San Francisco sortimos algumas fotos tiradas no último dia do ano de 2011. Então vamos lá: convém não comer muito antes de atravessar os andes a fim de evitar problemas com a altitude justamente pela maioria das pessoas sentirem náuseas. Em nosso caso não houve nenhum problema apenas aquela pequena falta de ar quando você respira fundo. Outro conselho é a você se acostumar com a altitude e o clima, nem sempre dá mas o certo é passar um ou dois dias em cidades altas antes de fazer a travessia. Alimente-se bem o tempo todo, o dia inteiro, lembrando que qualidade não significa quantidade e cuidado com o que vai comer e experimentar! Você nunca sabe onde um mal estar pode te pegar,
além dos banheiros sujos, viroses, etc. Leve um álcool em gel para eliminar possíveis bactérias e vírus, seja onde for. Não se esqueça de levar energéticos. Às vezes a alimentação pode ser pobre justamente pela correria e você não tem forças nem tempo para se alimentar direito. No final do dia, cansado, um energético pode ajudar naqueles quilômetros que faltam, mas tente não apelar para isso. Tenha sempre uma garrafa de água de preferência de cinco litros. Beba água o tempo todo. No nosso caso a água salvou o coração do carro. O radiador no meio do deserto. Folhas de Coca: dizem que mascar folhas de coca (hacer el acuyico) ou tomar o chá (que tem efeito muito passageiro) é a melhor estratégia para suportar as altitudes acima de 3.000 metros e que chamar “folha de coca” de droga é uma ofensa ao povo andino. Ela não produz qualquer efeito alucinógeno, não tem gosto ruim e sua ação é rápida.
Por ser uma novidade nós não experimentamos, com receio de que pudesse fazer mal trouxemos pra casa. Mesmo viajando para o deserto, fique esperto. Em alguns quilômetros a altitude muda tudo, a noite faz muito frio. A temperatura no ponto mais alto da Cordilheira pode chegar a 0 C (mais o vento) mesmo no auge do verão. Leve adaptador de tomada universal. Cartões de memória adicionais para sua câmera fotográfica, pilhas adicionais e pen-drives. Cabos da câmera para transferir as fotos para o seu netbook ou usá-las em lan houses.º Procure abastecer quando o tanque chegar à metade. Conte com o imprevisto. Um galão de 10 litros não faz mal a ninguém. Crie a rotina de abastecer todos os dias pela manhã antes de pegar a estrada. Para o Chile via deserto do Atacama, tome cuidado nos trechos entre Presidencia Roque Saenz Peñna e Pampa de los Guanacos (155 quilômetros sem nenhum posto). Não se engane: gasolina em espanhol é nafta. Se você ler a sigla gas, significa gasoil (óleo diesel). Esse erro pode ser fatal para o motor. Obs.: Na Argentina tem a “normal” (gasolina comum - quase não encontra mais), a “super” (intermediária sem chumbo)
e a “fangio” (igual à Podium da BR). Chile: o chileno tem uma postura corretíssima. Respeitam as regras de trânsito (PARE significa PARE mesmo!), dão nota fiscal para tudo e, o melhor, os estrangeiros têm desconto nos hotéis porque são isentos de impostos (que giram em torno de 19%). São secos e diretos. Nunca tente subornar um policial chileno. Você vai reto pra cadeia. Os argentinos são muito, mas muito simpáticos e curiosos. Nas províncias prevalece a descendência indígena nos traços da população. Já nas estradas do noroeste argentino, os policiais são um pouco corruptos e para não causar problemas, as vezes exigem propinas. Se sentir que você está inseguro e não sabe falar bem castelhano,
vai ter problemas. Por sorte não tivemos. Celular: não se esqueça de avisar a sua operadora o período e região que você vai viajar, para que não haja qualquer bloqueio. Vale a pena levar um netbook para descarregar as fotos no final do dia. O mesmo vale para o acesso a internet e alimentação de blogs. Caso seja um tablet, verifique se precisa de portas USB ou se há maneira de conectar o cartão de memória da câmera e/ou filmadora. Obs.: Tanto na Argentina, como no Uruguai ou no Chile é muito fácil encontrar lan houses (eles chamam de locutórios). Ligar para o Brasil da Argentina: - 0800 999 5500 (Telefonica) - 0800 555 5500 (Telecom) -0800 9995501 (pré-pago) Ligar para o Brasil do Chile: - 800 360220 (Entel) -800 800272 (Telefonica). Viajar é fazer amigos. Mas pense bem nas companhias. É melhor que você viaje com pessoas que já conhece, pois quando se viaja com novos colegas ou desconhecidos, as diferenças aparecem e na hora dos problemas é que você sabe quem é quem. Fica o conselho de ir com mais um carro. Nós fomos sozinhos, mas dessa forma ficamos expostos a um risco um pouco maior.
Veja se é necessário atualizar alguma vacina, como febre amarela se for pra Bolívia e Perú. Faça um seguro viagem para o exterior adicional ao seu plano de saúde no Brasil. É barato e funciona. No deserto, a umidade relativa do ar pode ser de 10%. Portanto lembre-se de um hidratante e/ou protetor labial para enfrentar esta secura. Faça uma lista de remédios e primeiros socorros e submeta ao seu médico: antiinflamatórios, curativos e outros que você costuma usar. O veículo é interessante estar em seu nome. Caso contrário uma autorização reconhecida em cartório também vale. Mas evite isso. Esta procuração precisa ser legalizada no ERESP (que leva 20 dias úteis para devolver por correio) e posteriormente é necessário o carimbo do consulado. Para América do Sul, faça o “Seguro Carta Verde” é muito simples e barato, você pode fazer na maioria das corretoras de seguros.
Sem ele você não entra nesses países. Cartões de Crédito: avise as operadoras de seus cartões o período que estará viajando para que não haja bloqueio de segurança. Leve dinheiro, não conte somente com os cartões. Em vários postos eles não aceitam. Fotocópia de todos os seus documentos, incluindo seguros e cartões de crédito. Uma dica é digitalizar todos eles e salvar em seu pen-drive, bem como no seu email por exemplo. Para Argentina e Chile, os “pesos” podem ser comprados no Brasil (é bom levar o suficiente para o primeiro dia, principalmente se cruzar a fronteira num domingo ou feriado). Como em qualquer viagem que você faz, estime o que gastará durante o percurso. Fizemos a carteira de motorista internacional chama-se PID (Permissão Internacional para Dirigir),
mas a nossa CNH é aceita em todo o Mercosul e Chile. Fique anento pois a emissão do seu RG precisa ter no máximo dez anos, ou seja, com foto recente, mas o passaporte agiliza e é sempre garantido. E você ainda guarda de lembrança os carimbos dos países. É importante levar dinheiro em espécie. Pesos argentinos e pesos chilenos, especialmente para a entrada nestes países. Procure viajar sempre com uma reserva em dólares (hospitais, emergências, etc.): uns US$ 1.500 que, esperamos, você não deverá gastar. Faça reservas em hotéis de cidades grandes. Assim você não corre o risco de chegar numa cidade e não ter onde dormir. Nas cidades pequenas é mais fácil encontrar lugar, mas não há garantias. Se os hotéis forem definidos previamente,
isto pode dar tranquilidade para a família. Não esqueça de deixar todo o seu roteiro, site dos hotéis e todas as outras informações possíveis para casos de emergência. Um bom guia de viagem (The Lonely Planet). Leve o seu GPS. E também os mapas impressos. Não esqueça do óleo de motor, filtros, lâmpadas, fusíveis e o que mais a sua concessionária ou oficina lhe recomendar antes da viagem. Calibre o pneu a cada 3 dias ou quando julgar necessário. Teste tudo antes da viagem. Faça uma viagem curta e veja quais os possíveis problemas e suas soluções. Fronteiras e aduanas: não programe rodar muitos quilômetros nestes dias, já que isto pode levar horas devido à burocracia, filas, dias de feriado, etc. Para longas distâncias, os protetores auriculares trazem conforto. Na região do Chaco argentino – reta “infinita” de 800km, não corra. A quantidade de bichos pequenos é grande, bem como de pássaros. Fora os insetos em função das fazendas de confinamento de gado ao lado da estrada. Viaje de dia.
Sempre. À noite tudo é mais perigoso. Em todos os sentidos. Prepare-se para tomar chuva. Leve capa e polaina/galocha. Se estiver uma tormenta, procure um posto, tome uma água e relaxe. Não há porque ter pressa você está passeando. Fique atento às leis locais. Conheça a legislação, você acha na internet. Mais que isso, conheça os sinais dos carros. Na Argentina pisca para a esquerda significa “ultrapasse” ao contrário do Brasil. E carros que te dão farol no sentido contrário, não estão avisando que há polícia adiante. Estão apenas te saudando. Vale a regra normal para viagens: quanto mais você pesquisar antes (lugares, passeios, interesses, curiosidades), mais vai aproveitar
e menos micos pagará. Se for a um passeio com guia, conheça o veículo dele. Não vá em carro velho. Para que se arriscar? Não há melhor dica do que aplicar o bom senso em todas as situações. De mais, ajude os outros na estrada, pois um dia você pode ser aquele que pede ajuda! Boa viagem!!!

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Ruta nº 40

Sonho de muitos “viajeros” a Ruta Nacional 40 é a rodovia mais longa da argentina que corta o país do norte, lá na divisa com a Bolívia ao sul sempre costeando os Andes e contemplando as paisagens mais belas da América e não deixando de passar pelos principais Parques Nacionais do país. Quem tem o privilégio de conhecer toda sua extensão percorrerá mais de 5200 km, do nível do mar a mais de 5000 metros de altura. Esse brasão da ruta 40 é um emblema respeitado na Argentina, assim como a rota 66 dos EUA. Nessa estapa que fizemos na viagem pudemos conhecer boa parte dela nas províncias de Mendoza, San Juan (onde se localizam sítios de fósseis de dinossauros) e águas termais em Catamarca, as Ruinas de Quilmes, os Vales Calchaquíes e a tal da Puna. Mas se você não sabe o que significa veja mais informação aqui no Blog no tópico Puna Atacamenha. Infelizmente pela correria do roteiro não pudemos conhecer as águas termais nem as Ruínas de Quilmes.
Criada em meados dos anos 30, foram realizadas várias obras de pavimentação desde que no ano de 2004 este percurso foi impulsado pela Secretaria de Turismo como produto turístico nacional, nem poderia ser diferente pelo seu alto atrativo paisagístico e afins, que permitiu assegurar mais fundos para a construção desta rodovia. Os mais entendidos dizem que em 2006 a ruta 40 estava pavimentada em aproximadamente 48%. Uma boa notícia caso vá para Neuquén e Río Negro (província de Bariloche) são as únicas províncias onde a rodovia está totalmente pavimentada, ao passo que em Salta e Jujuy há poucos trechos com pavimento, como vocês podem conferir em algumas fotos nos tópicos mais antigos do blog.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Santiago Del Estero

Já estávamos no fim do passeio, foi o penúltimo dia de viagem. Tínhamos saído de La Rioja e percorrer 1050 Km para dormir em Corrientes. Pra não voltar pelo mesmo caminho cruzamos pela região sul do chaco via ruta 89 onde passamos por trechos mais desérticos do que os da ruta 16 (mais conhecida) que sai de Resistência e vai até Salta passando pela Pampa Del Infierno e aquela caixa de água enferrujada que virou um marco.
De todos as cidades em que passamos Santiago Del Estero foi a de clima mais “pesado”. Estava como parte do roteiro apenas como passagem. Como já era passado das 12h00, a fome estava grande, aliás ela anda sempre grande, ainda faltavam alguns quilômetros pra chegar em Santiago então resolvemos parar num posto de combustível localizado na cidade de Lavalle que fica bem na divisa da província de Catamarca com Santiago Del Estero. Paramos com objetivo de abastecer e almoçar, na bomba pedi ao fentista para “lhenar” e decidimos almoçar no restaurante anexo.
Sentamos numa mesa e ao lado tinham alguns caminhoneiros. Ja tinha visto que o lugar não era legal. Pedimos o almoço, um pollo com guarnições e também se demoraria muito para ficar pronto. Chacoalhando a cabeça de forma negativa a moça disse “noooo”. Falamos tudo bem, pode fazer e logo trouxe o refrigerante. Depois de uns quinze minutos sai um garoto de dentro da cozinha e sobe em cima de uma moto de trilha que estava encostada na entrada, da na partida, uma limpada no motor que voa um tufo de fumaça uns dez metros pra trás, sem retrovisores, com escape barulhento, o piá sem capacete, de bermuda, chinelo e sem camisa sai igual um endemoniado. Falamos: olha que loco.
Passa uns vinte minutos e o loco volta com duas sacolas. Numa estava o frango congelado e na outra tinha algumas saladas. Pensamos que era alguma coisa que poderia ter faltado pra oficializar o pedido dos caminhoneiros que por sinal já tinham lotado o salão do restaurante. Nessa altura já passavam de trinta minutos do pedido, a garrafa de refrigerante estava pela metade, suada e quente. Já não descia mais. Passaram mais cinco minutos e volta o piá de dentro da cozinha, sai, sobe na moto e se manda mais loco ainda, nessa quase cai no areião que tinha no pátio do posto. Passam vinte minutos ele volta com uma sacola cheia de batatas. Nisso já tínhamos chamado a moça e pedimos novamente que queríamos comer, pois a fome era grande e precisávamos chegar em Santiago até as 14h00. Pra resumir, já tinha passado mais de uma hora e nada da comida, levantamos e partimos pra Santiago. Pensamos, lá é capital e com certeza deve ter vário local pra gente fazer uma refeição decente. Engano nosso, paramos num restaurante demos uma olhada na cozinha, estava mais suja que chiqueiro de javali e
quando eu olho para o churrasqueiro, um senhor barbudo com um avental arrastando no chão pior que um mecânico. Fuja, saímos à busca de outro local. Observe que aqui não é interior. Santiago Del Estero é capital e não só isso, é a cidade mais antiga da Argentina. Voltando um pouco na história do país, a origem da civilização Argentina foi impulsionada pela ganância dos colonizadores ao encontro da prata nessa região. A história é um tanto quanto tumultuada. Colonizada por espanhóis já esteve entre as maiores potencias do mundo, derrepente aqui um dos motivos do orgulho dos portenhos da capital federal. Da ponte da safena na medicina até a caneta esferográfica o país foi berço de muitas invenções. Pra quem pensa que Buenos Aires sempre foi à cidade mais desenvolvida se engana. O desenvolvimento do país começou na região noroeste, região andina onde se localizam as cidades de Salta e mais a leste Santiago Del Estero, fundada em 1553, hoje é uma das capitais mais deprimidas e atrasadas, tanto que tivemos até dificuldade de encontrar um restaurante. A cidade lembra bastante as cidades do Paraguai. Já que estamos falando um pouco da história, outro fato interessante é que a Universidade de Córdoba é a mais antiga da América do Sul. Pelé pode até ser
melhor que Maradona, mas a Argentina já esteve e ainda acho que está à frente de seu tempo em questão cultural apesar de todas as crises. Pra quem não sabe Buenos Aires foi berço do contrabando na América Latina, livrando a tríplice fronteira (Foz, Ciudad Del Este e P.Iguazu) desse troféu. Buenos Aires passa por severas restrições comerciais. Dessa forma impulsionou o comercio ilegal com o Brasil e potencias européias, também pelo declínio da mineração Argentina de prata. Há alguns meses atrás já no governo da presidente Fernanda Cristina, por acaso prenderam uma norteamericana entrando no país oriunda da Venezuela com quase U$$ 800.000,00 em espécie na mala e que claro, mentiu sua origem. Pra todo mundo ficou evidenciado o apoio à campanha da Cristina. Junto com ela também o país descriminalizou o uso da maconha e inda
um maior escândalo: legaliza o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Vamos deixar essas barbaridades pra lá. O país é muito mais que o tango e o rock espanhol. É dono de um povo divertido, apaixonado, opinativo, orgulhoso e em boa porcentagem, culto, além das mais belas paisagens até podemos dizer do mundo. Dizer que os argentinos são nojentos não é verdade. O que acontece são casos isolados principalmente de portenhos que viram seu país quebrar. É igual o rico depois de falir. Voltando à viagem, veja essa foto grande a direita. É a ruta nº 89 nas proximidades de Quimili, a alguns quilômetros pra frente de Santiago Del Estero. Rodovia pavimentada apenas com uma faixa de asfalto no meio da pista, e em alguns pontos com vários buracos tanto no asfalto quanto no areião nas laterais, e pra ajudar, com costela de vaca. Quanto aos pontos turísticos de Santiago, estes são de fato muito carentes. O que dá pra aproveitar na cidade são algumas esculturas espalhadas pelas praças como a da foto acima por exemplo. Ah existe um amplo parque aberto (foto acima) bem arborizado e bonito na saída pra cidade de Quimili. No mais arrume suas malas porque o que sobre de lucro ainda é o autódromo da cidade. Mas aí ja se trata de um atrativo para o turismo nacional da Argentina.